A empregada doméstica Irismar Peixoto da Silva, de Piracicaba (SP), espera por uma cirugia para a retirada de pedra no rim desde julho de 2011. Ela já teve duas operações canceladas na Santa Casa e no Hospital dos Fornecedores de Cana (HFC). Problemas com o atendimento pelo Sistema Único de Saúde na cidade de Piracicaba (SUS) no primeiro e a falta de equipamento no segundo impediram a intervenção.
Irismar disse que precisou parar de trabalhar por não suportar as dores das crises. A empregada doméstica contou que sofre de cálculo renal desde 2006, mas só em 2011 um exame constatou que ela tem pedras com mais de um centímetro de diâmetro no rim esquerdo. “Antes as crises aconteciam a cada três meses. Atualmente, ocorrem toda semana. É uma dor de matar”, disse.
A doméstica até gravou pela câmera do celular uma das consultas na rede pública de saúde sem que o médico soubesse. No vídeo, o profissional disse que não era possível realizar a cirurgia e recomendou que, durante as crises, a mulher procurasse um pronto-socorro.
O Hospital dos Fornecedores de Cana informou que o médico filmado pela doméstica já não trabalha mais no local, onde fazia trabalho voluntário. A instituição informou ainda que está aberta para a realização de procedimentos pelo SUS, mas não tem a responsabilidade de marcar cirurgias pelo sistema.
Já a assessoria de imprensa da Prefeitura de Piracicaba relatou que a cirurgia de Irismar não aconteceu em 2011 em função do afastamento do médico que faria a intervenção, mas afirmou que o HFC teria se comprometido a indicar um outro profissional para realizar a operação, o que ainda não aconteceu.
Situação grave
O urologista Sílvio Luiz Cordeiro disse que o período de quase dois anos de espera pela cirurgia agrava ainda mais a situação de Irismar. “O filtro no rim vai sendo deteriorado, o órgão fica dilatado e compromete todo o sistema renal”, afirmou. Irismar foi informada por uma médica que pode perder um dos rins em função da demora.
Fonte: G1