Falta de professor deixa alunos especiais fora de escolas em Piracicaba

A falta de professores auxiliares para acompanhar alunos especiais na rede municipal de ensino da cidade Piracicaba tem impedido o acesso de estudantes com algum tipo de deficiência às escolas da cidade. Em um dos casos registrados, o aluno, apesar de estar regularmente matriculado, tem frequentado aulas apenas duas vezes por semana em um núcleo de apoio educacional e, mesmo fora da escola, recebe presença no diário de chamada  e passou de ano normalmente.

Aos 7 anos, Marcos está matriculado na Escola Municipal Elizabete Consomagno Cruz, no bairro Cobaiate Líbano, mas ele não responde ‘presente’ na hora da chamada desde o início do ano. Na ocasião, a mãe dele, Vânia Maria Lusiano da Silva, foi informada de que ele não poderia frequentar as aulas da escola regular por conta de seu diagnóstico de hiperatividade.

“Eles disseram que precisa de uma professora acompanhante para ele ir na aula. Até agora estou esperando e eles só dizem que não estão conseguindo achar uma que aceite o trabalho”, conta a dona de casa Vânia Maria Lusiano da Silva.



Recorrente
A funcionária admite que outras crianças sofrem com a mesma demanda, mas não dá detalhes de quantas aguardam na fila pela contratação de uma professora. Ela informa apenas que, além de crianças com quadro de hiperatividade, estudantes com deficiência física e mental precisam do professor acompanhante para frequentar as escolas comuns.


A legislação nacional assegura ao aluno especial o profissional que o integre ao ensino regular. “Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns”, diz o artigo 59 da lei 9.394/96.

Não é o que acontece na prática, em Piracicaba, pelo menos, onde as mães apenas são informadas de que os filhos só podem freqüentar as aulas com a presença do professor auxiliar.

“Meu filho já se sente diferente. Ele fica sozinho com a professora aqui no núcleo. Ele vê as crianças em outras escolas saírem para o recreio e vejo que tem vontade de participar ”, conta a mãe que lembra que, em 2010, o filho também não pode freqüentar a escola e, ainda assim, passou de ano. Hoje, Marcos está matriculado no segundo ano e só sabe escrever o primeiro nome.

Fonte: EpPiracicaba





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