Na tarde de ontem, o secretário municipal da Saúde, Fernando Cárdenas, vestiu a camisa da campanha Crack nem Pensar – Nunca Experimente! Crack Vicia na Primeira Vez durante coletiva de imprensa que serviu de lançamento oficial do projeto. “Já há algum tempo, estamos notando problemas com a expansão do uso desta droga na cidade e hoje reunimos todos os setores da prefeitura, principalmente a Saúde, Assistência Social, Educação, Diretoria de Ensino e Guarda Civil, para encabeçar esta campanha”, disse Cárdenas.
A iniciativa desta ação, segundo o secretário, foi o exemplo do que fez o Estado do Rio Grande do Sul, que teve campanha no mesmo sentido e diminuiu o índice de usuários. “Lá deu certo e aqui também vai dar. Nossa intenção é orientar pais e educadores e formadores de opinião na prevenção às drogas, ou seja, passar para o jovem os malefícios do crack”, observou.
Para a campanha, inicialmente foram gastos R$ 15 mil na produção de material que será utilizado em oito blitzes – 200 camisas, 15 mil cartilhas e 50 mil panfletos – e terá apoio de 150 pessoas, entre funcionários da Secretaria da Saúde, prefeitura, e voluntários da sociedade civil que desejarem apoiar o evento. “Quanto mais força tivermos, mais abrangente será nossa campanha”, avisou Cárdenas.
O apoio da família é uma das chaves principais da campanha. “Sem o apoio dos familiares, é praticamente impossível tirar o usuário de droga do vício. Este é o nosso foco, trazer a informação para a família e dar suporte para ela se livrar do crack”, disse Moisés Taglietta, coordenador de Vigilância em Saúde de Encontra Piracicaba.
Outro ponto da campanha é o envolvimento de crianças na venda e consumo desta droga, como apontou a secretária de Desenvolvimento Social, Maria Angélica Guércio. “Elas (crianças) se envolvem muito cedo com as drogas e com o tráfico, e isso acaba gerando mais violência nas ruas. Precisamos do maior numero de pessoas engajadas para conseguir diminuir o máximo possível o uso do crack na cidade.”
ATENDIMENTO ESPECIAL – Segundo Taglietta, a cidade já trabalha ativamente no tratamento dos dependentes e suporte familiar dentro dos cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), sendo um exclusivo para álcool e drogas no bairro Campestre. “Hoje atendemos cerca de 300 pessoas, mas o numero é rotativo. Muitos dos que vem para tratamento ficam dois ou três dias e fogem, ficam uma semana e também fogem. Este número nunca é exato. Mas, se a cidade precisar tratar mais pessoas, estamos utilizando apenas 50% do nosso total e, se preciso for, temos como ampliar ainda mais este atendimento, com apoio do governo Estadual e Federal”, apontou.
Como concluiu Cárdenas, em esfera nacional ainda há muita dificuldade na forma de como tratar corretamente os viciados em drogas. “Não podemos internar ninguém forçadamente e poucos vêm por contra própria. Isso dificulta o tratamento. A família é a peça chave para que os usuários procurem se curar. Porém, o governo federal deveria criar leis especificas para nos nortear sobre como prestar este atendimento”, finalizou.
AÇÕES – A partir da próxima segunda-feira, serão realizadas reuniões com conselhos municipais, autoridades em segurança da cidade e entidades para ampliar a divulgação da Campanha. As mobilizações efetivas da Crack Nem Pensar serão nos dias 26, 27 e 28, com panfletagem nos terminais de ônibus da cidade – que recebem cerca de 18 mil pessoas por dia, dos mais diversos bairros da cidade – e, para finalizar, no dia 29, a realização de oito pedágios educativos com adesivagem de carros e entrega de panfletos e instrução de motoristas e pedestres em pontos estratégicos da cidade.
Fonte: Tribuna TP